"(...) Entre os gregos humano e mortal dizia-se com a mesma palavra, como deveria ser.
As plantas e os animais não são mortais porque não sabem que vão morrer, não sabem que têm que morrer: morrem mas sem conhecer nunca o seu vínculo individual, de cada um deles, com a morte. As feras pressentem o perigo, entristecem-se com a doença ou a velhice, mas ignoram (ou parecem que ignoram?) o seu abraço essencial com a necessidade da morte.
Não é mortal quem morre, mas quem está certo de que vai morrer. Embora também pudéssemos dizer que nem as plantas nem os animais estão, por esse motivo, vivos no mesmo sentido em que nós estamos.
Os verdadeiros viventes são só os mortais, porque sabemos que deixaremos de viver e que é exactamente nisso que a vida consiste."
Fernando Savater, As Perguntas da Vida, pág. 32
As plantas e os animais não são mortais porque não sabem que vão morrer, não sabem que têm que morrer: morrem mas sem conhecer nunca o seu vínculo individual, de cada um deles, com a morte. As feras pressentem o perigo, entristecem-se com a doença ou a velhice, mas ignoram (ou parecem que ignoram?) o seu abraço essencial com a necessidade da morte.
Não é mortal quem morre, mas quem está certo de que vai morrer. Embora também pudéssemos dizer que nem as plantas nem os animais estão, por esse motivo, vivos no mesmo sentido em que nós estamos.
Os verdadeiros viventes são só os mortais, porque sabemos que deixaremos de viver e que é exactamente nisso que a vida consiste."
Fernando Savater, As Perguntas da Vida, pág. 32
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